Li na Internet que por 69 reais você pode se tornar membro premium de um site de namoro. Em seguida, lê-se: encontre o amor de sua vida.
Primeiro, interessante o valor cobrado. 69 reais não são 68 ou 70. Tudo bem, consideremos que o valor cobrado dê um toque sensual ao convite. Porém, o que mais me intriga, é a promessa que se faz de se encontrar o amor da vida da pessoa.
Quantos profiles reais ou virtuais temos que conhecer até sabermos o amor de nossas vidas? O que pensa alguém que publica um profile virtual e aquele que procura? Simples assim: achar o perfil que mais combina?
Penso, quantos perfis no mundo real são mais virtuais do que os cibernéticos? E vice-versa?
Amor da vida? Não creio nisso, mas sim em pessoas certas nos momentos certos. Sim, já fui mais romântica. O mundo ao redor, entretanto, diz que a realidade é mais cruel e crua. Mais dura, no sentido de sentimentos.
Morei com uma moça que, em uma época, vivia defronte à televisão. Até que cheguei nela um dia e disse: por que você não desliga essa TV e vai viver a vida, ao invés de viver a vida destes personagens (de novela)?
E passou a viver.
E passou a buscar.
Cada um toca sua vida. Separação.
Wish You Were Here, do Pink Floyd. We are just two lost souls swimming in a fish bowl.
What have we found? The same old fears.
The same old fears, life is partially the same. Exceto pelas pessoas que estão compartilhando a vida conosco naquele momento, e tudo passa. As pessoas passam. Inexorável como o tempo.
Deixar o rio fluir. Dançar conforme a música. E a gente interpreta isso como puder.