"Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta.
Um poeta é só isso: um certo modo de ver.
O diabo é que de tanto ver, a gente banaliza o olhar.
Vê não vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia sem ver.
Parece fácil, mas não é.
O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa rotina é como um vazio (...) mas há sempre o que ver.
Gente, coisas, bichos. E Vemos? Não , não vemos (...)
Nossos olhos se gastam no dia a dia opacos.
É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.”