Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido; na verdade ,
bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais,
contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentinha,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feito a vida.
só de momentos; não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda- chuva e um pára-quedas;
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.
* Autoria discutível. Poema atribuído ora a Jorge Luis Borges , ora a Nadine Stair.
Livro: Se eu pudesse viver minha vida novamente...
Rubem Alves, Verus Editora,2004 Campinas/SP
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido; na verdade ,
bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais,
contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentinha,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata
e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.
Porque se não sabem, disso é feito a vida.
só de momentos; não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda- chuva e um pára-quedas;
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo.
* Autoria discutível. Poema atribuído ora a Jorge Luis Borges , ora a Nadine Stair.
Livro: Se eu pudesse viver minha vida novamente...
Rubem Alves, Verus Editora,2004 Campinas/SP