sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Otto Lara Rezende


"Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta.

Um poeta é só isso: um certo modo de ver.

O diabo é que de tanto ver, a gente banaliza o olhar.

Vê não vendo.

Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia sem ver.

Parece fácil, mas não é.

O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.

O campo visual da nossa rotina é como um vazio (...) mas há sempre o que ver.

Gente, coisas, bichos. E Vemos? Não , não vemos (...)

Nossos olhos se gastam no dia a dia opacos.

É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.”